Não convenceu. Se “Tudo Se Perdoa
Por Amor” me deixou na dúvida, este segundo livro, a continuação da história,
não me convenceu.
Uma história banal, com problemas
do dia-a-dia. Muito terra a terra e sem um conteúdo que me aguçasse muito a
curiosidade.
Debbie, que sempre foi mais
consciente do que Bryan, apercebe-se finalmente de que se casou com um menino
grande, que enterra a cabeça na areia em vez de resolver os problemas. Pior,
ainda consegue provocar mais problemas. Ao afundar-se em dívidas, álcool e
consumo de drogas, vai pior a vida deste jovem casal. Será que é tarde para se
aperceber daquilo que é realmente importante?
A mãe de Debbie foi das minhas
personagens preferidas do primeiro romance e gostei de sentir que ela e Drew
podem ser felizes. Mas há quem não pense isso. Mas o passado de Drew pode ensombrar
a vida deles, pois a ex-mulher de Drew não suporta a sua felicidade. Da parte
de Debbie ela tem de estar sempre presente para a filha, que ainda está a
aprender a lidar com o seu instável e irresponsável marido.
O ex-marido de Debbie passa
também por uma crise no seu casamento, pois a actual mulher não sabe como lidar
com o acto de estar grávida e torna-se ainda mais insuportável.
Melissa está no meio de todo este
drama familiar – e que drama – e sendo adolescente, não sabe como lidar com
ele. Além disso, parece que ninguém se apercebe das suas dificuldades e ainda
menos, da maneira que arranjou para se “ajudar”.
Mais uma vez gostei de de rever
Judith cuja vida não correu como esperava e torna-se numa pessoa amarga e
rancorosa. Um acidente que sofreu no primeiro livro parece tê-la ajudado a
melhorar a sua relação com os outros.
E o livro é basicamente isto: uma
sucessão de dramas familiares, situações corriqueiras que a mim pouco me
entusiasmam.
O melhor do livro foram mesmo as
descrições da Irlanda, um país que cada vez mais suscita a minha curiosidade.
De facto, existiam os ingredientes para um bom romance: as paisagens dos vinhedos e os aromas dos vinhos e das ervas francesas, o mistério do passado ligado a duas famílias desconhecidas, o amor a florescer… mas, na verdade, houve qualquer coisa na forma como a história foi contada que não me fez devorar o livro. Nem as descrições da vida rural duma pequena aldeia francesa, com as suas paisagens luxuriantes e os aromas que por norma me fazem sonhar e viajar entre páginas, me cativaram por aí além.
O que para mim não funcionou: a autora apresenta-nos, numa primeira parte, a história de Melanie. Estava a gostar bastante e, de repente, surge uma outra história, a de Honor. Mas eu queria era ler sobre a outra história e foi por pouco que não passei adiante para acompanhar a vida de Melanie, de seguida. Ou seja, desta forma, Honor para mim foi desinteressante e quase um suplício. Se a autora fosse contando a história em simultâneo penso que a forma como “agarrei” o livro teria sido diferente.
Melanie estuda na Califórnia para ser, um dia, uma vinicultora. Aprende com os mestres e sente-se realizada. A sua estrutura familiar são os avós, que a criaram desde pequena. Ainda que tenham sido as circunstâncias da vida, ela não consegue esquecer que foi criada longe da mãe e que esta agora tem uma família feliz, da qual Melanie não sente que faz parte. Igor, o padrasto, é um aficionado por vinhos raros e tem uma relação complicada com Melanie. No entanto, vão unir-se de uma forma que gostei bastante.
Honor é indecisa e inconstante. Um pouco perdida em Londres, vai viver com o namorado para França, num lugarejo chamado Astignac, que parece tirado de um cenário de encantar. Mas cedo se apercebe que, mais uma vez, não é aquilo que deseja. Hugo passa a vida a viajar em negócios e ela sente-se sozinha e insegura. Acaba por voltar para Londres e agarra uma oportunidade no mundo artístico.
Por força do destino, estas duas jovens encontram-se, já perto do fim do livro e aí acontece tudo de uma vez. Senti que estive a ler quase trezentas páginas em que pouco ou nada de interessante aconteceu e, depois, acontece tudo num ápice. Achei um pouco forçado.
Gostei particularmente de Poppa, o avô de Melanie. É ele que traz à história alguma doçura, meiguice, na relação com a neta e o mistério da história, envolvido em memórias da Segunda Guerra Mundial. Gostei da parte das falsificações de vinhos raros (e caríssimos). Pelo menos, apimentou um pouco a história e deu-nos a conhecer um pouco desse mundo dos coleccionadores . Achei também interessante ficar a conhecer um pouco mais da produção de vinhos. No entanto, foi numa fase do livro pouco cativante para mim, pelo que não apreciei completamente.