segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Leituras 2012 # 45




Comecei esta leitura com grande expectativa. Apesar de ter gostado, esperava mais. Não consegui deixar de me ressentir com Frederik, por ter preferido refugiar-se e não encarar os problemas. Por se ter escondido uma vida inteira, para chegar ao fim e perceber que se tivesse enfrentado os problemas, eles ter-se-iam resolvido e podia ter aproveitado a vida de uma outra forma. Era inevitável, Frederik chegar ao fim e ficar com a sensação que poderia ter tido “outra vida”. No presente, ele precisa de abrir um buraco no gelo, todos os dias, e sentir a água gelada no corpo, para se sentir vivo.
 Vivendo numa ilha onde a única visita que receber é a do carteiro, Frederik fica desconcertado quando vê uma idosa de andarilho a dirigir-se para sua casa. Tem consciência que depois desta visita, nada mais será igual.
Todo o livro é uma viagem ao passado, às pessoas que dele fazem parte e à resolução dos seus problemas.
Muita coisa irá acontecer. Uma viagem, uma filha, uma morte, o reencontro consigo próprio.
É o primeiro livro que leio de Henning Mankell e gostei da sua escrita. Inteligente, com vida própria e que nos faz pensar na nossa própria essência.
Por vezes penitenciamo-nos por um erro que cometemos e deveríamos seguir em frente. Frederik não foi capaz de lidar com as consequências dramáticas do seu erro e tornou-se num eremita. Mas a partir do momento em que Harriet, uma paixão do passado, lhe aparece à frente, tudo o que ficou para trás será vivido novamente.

Gostei da razão do título do livro e achei bastante interessante a escolha do autor. Durante a leitura, descobrimos o porquê do título Sapatos Italianos, que à primeira vista não tem nada a ver com o que escrevi. Nem tudo será desvendado e por isso leia o livro. Será uma agradável viagem.

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