Mais uma vez, Jodi Picoult escreve maravilhosamente e de forma cativante sobre um tema complexo e profundo. Neste caso, uma doença do foro do autismo e a relação desta no julgamento dum crime.
Jacob é um rapaz de 18 anos, com uma estrutura física impressionante e uma inteligência ainda mais impressionante. À primeira vista a doença de Asperger não é visível mas em pequenos sinais ela vem ao de cima, assim como quando Jacob tem uma crise, provocada pelas mais variadas razões e nem sempre justificáveis aos olhos dos “neurotípicos”, ou seja, os ditos normais e que não apresentam sinais de distúrbios psíquicos.
A autora fez uma pesquisa impressionante sobre a doença e nada maçadora, permitindo-nos ao mesmo tempo ganhar conhecimento e ansiar pelo desenrolar do suspense. Claro que vamos ficando com a percepção de que o não olhar nos olhos das pessoas, a voz monocórdica, a inteligência acima da média, o fascínio por investigação forense e uma capacidade extraordinária de organização começam a apontar Jacob como o autor da morte da sua tutora de Educação Especial.
Mas terá sido Jacob? E se sim, porque mataria uma das pessoas que mais gostava e que mais o compreendia?
Poderia falar-vos da mãe de Jacob e do trabalho que fez com a sua educação, do seu irmão Theo e da relação amor-ódio que tem com o irmão, do advogado que irá defender Jacob e de como ele se vai envolver com esta família, mas esses pormenores todos podem descobrir ao lerem o livro. Achei muito mais importante falar-vos da abordagem que a autora faz da Síndrome de Asperger e de como, com exemplos magníficos, nos dá toda a teoria, sem nos dar “seca”. Brilhante e enriquecedor.
Sem comentários:
Enviar um comentário